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Hospitais infantis enfrentam lotação com aumento da incidência de problemas respiratórios

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Por causa do aumento das doenças respiratórias em crianças (de 0 a 12 anos), a lotação das UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) pediátricas na rede pública de saúde de São Paulo está se esgotando. Na terça-feira, 87% dos 124 leitos disponíveis na rede municipal da capital estavam ocupados, e 70% desse percentual era de crianças vítimas de doenças respiratórias, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.Na rede estadual paulista, que conta com 888 leitos de UTIs e unidades de terapia semi-intensiva pediátrica, a taxa média de ocupação pediátrica na quarta-feira era de 72,07% para hospitais de administração direta e de 75,64% para hospitais geridos por OSS (Organizações Sociais de Saúde), segundo a secretaria estadual.

Ainda conforme a pasta, apenas em janeiro e fevereiro de 2023 cerca de 14 mil crianças foram internadas com diagnóstico de doenças respiratórias. As referências estaduais para atendimento pediátrico são os hospitais Darcy Vargas, no Morumbi (zona sul), e Cândido Fontoura, no Belenzinho (zona leste). No Cândido Fontoura, na quarta-feira, a ocupação tanto na UTI pediátrica quanto na UTI neonatal era de 85%, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.Em leitos de enfermaria pediátrica, a taxa de ocupação era de 92%. No Hospital Darcy Vargas, a ocupação na UTI pediátrica era de 83,8% e na UTI neonatal, de 53,9%. Os leitos de enfermaria pediátrica tinham a taxa de ocupação mais alta: 99,8%.

Boletim InfoGripe, pesquisa semanal divulgada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), constatou que, no período de quatro semanas encerrado em 22 de abril, praticamente a metade (48,6%) dos casos de síndromes respiratórias agudas graves com resultado laboratorial positivo foi causada pelo vírus sincicial respiratório, enquanto o coronavírus causou 29,5% das doenças. É uma diferença de quase 20 pontos percentuais.Segundo o médico Anderson Oliveira, que também é cirurgião geral e gestor em saúde, o crescimento de doenças respiratórias é comum desde o fim de março até julho, mas neste ano está ocorrendo uma incidência maior.”Em São Paulo, a taxa de internação chegou a aumentar em 40%, e algumas UTIs pediátricas chegaram a estar com até 90% de ocupação. Isso não é comum”, afirma.

O VSR é o maior causador de bronquilite e outras doenças respiratórias agudas graves e pode aumentar a taxa de mortalidade, principalmente de crianças menores de 2 anos. Crianças que nasceram prematuras, com doenças como asma ou com malformação, também têm prognóstico ruim”, diz o especialista. O médico ressalta que esse vírus é muito mais grave para crianças do que para adultos, por causa do menor nível de imunidade alcançado.

Não existe vacina contra o VSR, mas especialistas afirmam que imunizar as crianças contra gripe e Covid-19, como já é feito normalmente nesta época, também ajuda a evitar doenças causadas pelo VSR.”Embora para o VSR ainda não tenhamos vacina disponível, levar as crianças para tomar as vacinas contra a gripe e contra a Covid-19 reduz a chance de elas terem problemas respiratórios por esses outros vírus, que também são perigosos. Isso diminui a própria exposição das nossas crianças ao VSR nos hospitais e postos de saúde”, diz o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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