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Daniel Alves: prisão e dívidas abalam patrimônio milionário

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A prisão provisória de Daniel Alves no dia 20 de janeiro teve impacto no patrimônio milionário do jogador.

Acusado de agressão sexual por uma mulher de 23 anos em uma boate de Barcelona no fim de 2022, o brasileiro planeja esperar o julgamento em liberdade, mas o pedido ainda não foi avaliado.

Enquanto o caso é investigado, Daniel Alves vai acumulando prejuízos financeiros dia a dia.

Na soma apenas de valores aos quais o UOL teve acesso, são R$ 36 milhões entre salários que não serão recebidos do Pumas-MEX, a indenização pedida pelo ex-clube por rompimento de cláusulas do contrato, direitos de imagem, acordos publicitários e a não-renovação do contrato de fornecimento de material esportivo com a Adidas.

Isso além de dívidas fiscais já registradas na Espanha no valor de R$ 12,5 milhões.

PERDA DE DINHEIRO VIRA ESTRATÉGIA NA JUSTIÇA
No pedido de prisão provisória da juíza espanhola Maria Concepción Canton Martín, a fortuna de Daniel Alves é mencionada como facilitadora do risco de fuga da Espanha.

O documento fala do contrato com o Pumas e outros acordos publicitários, empresariais e de direitos de imagem.

Foto: Reprodução/Instagram

“Pois bem, nem uma, nem outra forma de força econômica existem no dia de hoje”, escreve o advogado Cristóbal Martell no recurso que pede a liberdade do jogador. A ideia da defesa é mostrar que a “força econômica” de Daniel Alves diminuiu, derrubando um dos argumentos que sustenta a hipótese do risco de fuga.

O próprio advogado de defesa diz que “são várias empresas (e serão mais nos próximos dias e semanas) as que rescindiram contratos de patrocínio, publicidade e imagem que tinham com Daniel Alves”. No recurso, são citadas Hygia Saúde (serviços financeiros), 1xBet (apostas) e Ethika (roupas).

Nos emails enviados por representantes destas três empresas para rescindir com Daniel Alves —sendo duas de forma provisória e uma definitiva—, não são citados valores de futuros pagamentos.

ARGUMENTO DA DEFESA NÃO É DEFINITIVO
Embora tenha alegado que Daniel Alves não tem a “força econômica” de outros tempos, a defesa do brasileiro usa apenas as empresas e propriedades do jogador em Barcelona para justificar que ele não tem motivos para deixar a cidade.

O lateral-direito tem duas empresas ativas na Catalunha: a Cedro Esport, de gestão esportiva, responsável pelos contratos do próprio atleta; e a Bahia Ilhéus Imobiliária. Outras quatro empresas que tinham Daniel Alves como sócio foram fechadas em 2021.

No domingo, o jornal “El Confidencial” publicou que o jogador tem uma dívida de 2,25 milhões de euros (R$ 12,5 milhões) com a Fazenda por causa de uma propriedade embargada em Sant Feliu de Llobregat, cidade ao lado de Barcelona. Dois restaurantes (Boteco Fogo e Alquimia Fogo) também receberam pedidos de embargo da Prefeitura da capital catalã.

As atividades empresariais de Daniel Alves na Espanha são pequenas perto de sua participação no mercado brasileiro. Apenas no Estado de São Paulo ele está associado a 14 empresas, constituídas entre 2016 e 2022. O capital declarado de todas elas é de pouco mais de R$ 7 milhões.

Entre as companhias há franquia de academia de ginástica, empresas de produção musical e produção de filmes para publicidade, administração de cartões de crédito, consultoria financeira, agenciamento de profissionais do esporte, serviços em tecnologia da informação, comércio de artigos médicos e medicamentos e representação comercial.

Não há dados sobre a receita destas firmas, o que torna incalculável o lucro de Daniel Alves não declarado no recurso entregue à Justiça espanhola.

O NAUFRÁGIO FINANCEIRO
R$ 25,5 milhões em indenização pedida pelo Pumas;

R$ 10 milhões em salários que não serão recebidos do Pumas após a rescisão;

R$ 500 mil de direitos de imagem que não serão recebidos;

R$ 400 mil do contrato com a Adidas, encerrado em 18 de janeiro e não renovado.

Há ainda valores dos três contratos perdidos, mas não discriminados nos documentos de posse do advogado Cristóbal Martell.

Um dos patrocinadores menciona que “a primeira parte do acordo, de 400 mil euros (R$ 2,2 milhões), já foi paga e não haverá pedido de devolução”.

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