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Com 5G, venda de smartphones pode ter em 2023 primeira alta em seis anos

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Expansão de nova tecnologia e lançamento de fabricantes podem ajudar mercado brasileiro a alcançar 36 milhões de smartphones comercializados até dezembro

Apesar de os smartphones liderarem a lista de intenção de compras nas principais datas do varejo, a categoria pode em 2023, enfim, ter sua primeira alta nas vendas em seis anos. Com o 5G ganhando espaço em cidades para além das capitais e regiões metropolitanas, a previsão é que a comercialização de celulares possa alcançar uma alta de até 5% neste ano, ultrapassando os 36 milhões de unidades, de acordo com previsão da consultoria GFK.

Apesar do avanço, é bem menor que o patamar de 43,5 milhões de aparelhos adquiridos pelos consumidores em 2017,  último avanço anual,quando cresceu 15%.

Previsão feita pela consultoria aponta que o avanço do 5G será essencial para esse aumento nas vendas. Segundo Rui Agapito, diretor comercial da GFK para América Latina, o 5G deve responder já no fim do ano por metade dos aparelhos comercializados no Brasil, representando entre 70% e 80% do faturamento da categoria.

Para analistas, o movimento será estimulado pelo reforço de lançamentos de aparelhos em diversas faixas de preço habilitados com a Quinta Geração (5G) , que confere velocidade até cem vezes maior que a rede 4G atual.

O 5G vai ser um fator importante para o segmento, que vai iniciar uma curva de recuperação. Esperamos em 2023 um ano melhor para a categoria. Acreditamos que esse ano muitos consumidores vão trocar os aparelhos comprados em 2020, quando começou a pandemia – disse Agapito .

De olho nesse movimento, a Samsung anuncia nesta quarta-feira em evento nos Estados Unidos sua nova linha de modelos 5G da família Galaxy S 23, que vai contar com três versões: regular, Plus e Ultra. De acordo com a “The Verge”, a companhia vai anunciar modelos 5G com diversas melhorias em imagem na hora de fotos e tamanhos variados.

A companhia deve anunciar parceria com a americana Qualcomm, que trabalhou em uma versão exclusiva de seu novo processador, o Snapdragon 8 Gen 2, anunciado em novembro, de acordo com a  “The Verge”.

Investimento em inteligência artificial

A nova linha da coreana abre a temporada de lançamentos no ano. Nos próximos meses, marcas como Motorola e Xiaomi vão apresentar seus modelos. No segundo semestre, a Apple, tradicionalmente, apresenta seus novos iPhones. Juntas, as quatro marcas concentram 90% das vendas no Brasil.

Silmar Palmeira, diretor sênior de produtos para Qualcomm na América Latina, afirma que o 5G vai permitir a chegada de uma tecnologia mais acessível na palma da mão dos consumidores. Ele cita os investimentos dos fabricantes em inteligência artificial nos aparelhos que vão permitir modelos mais potentes a preços menores, já que há um esforço das companhias em elevar as vendas:

Vamos ver no segundo semestre um movimento mais intenso dos fabricantes em 5G, o que vai ajudar a reduzir os preços por conta da maior oferta. Ao mesmo tempo, haverá uma rede mais espalhada pelo país e soluções integradas a câmeras e luminárias,  aumentando o ecossistema – disse Palmeira.

Os especialistas, no entanto, destacam os desafios para o setor em 2023. No cenário doméstico, a crise das Americanas é vista como ponto de atenção, já que a rede responde por cerca de 11% a 12% das vendas de smartphones, de acordo com analistas.

No exterior, há preocupações com as incertezas na China devido às contaminações de Covid, os impactos à cadeia de fornecimento e a guerra na Ucrânia.  Esse cenário tem derrubado as vendas de aparelhos no mundo.

Para Reinaldo Sakis, gerente de Pesquisa de Consumer Devices da IDC Brasil, os negócios vão começar a reagir a partir do segundo semestre. Ele destaca as questões macroeconômicas do Brasil. Ele pondera que, apesar do portfólio das operadoras já ser composto em sua maior parte por modelos 5G, o consumidor ainda está comprando aparelhos 4G por uma questão de renda. 

Os modelos 4G, por exemplo, registraram valor médio de R$ 1.300, segundo a GFK. Os celulares 5G  tem preço médio de R$ 3.300

O 5G no ano passado começou forte, chegou a responder por 23% das vendas, mas depois, por falta de  opções, chegou a cair para 14% e subiu para perto de 20%. Há um sentimento de que no ano passado as vendas ficaram aquém do esperado, percepção que tende a mudar esse ano – aponta Sakis.

Para isso, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vem tentando antecipar a rede 5G. A meta é que 420 mil cidades, localizadas ao redor de regiões metropolitanas, estarão aptas a receber a nova tecnologia até o fim do mês.  Rui, da GFK, destaca a redução nos preços dos celulares 5G:

Vamos ter modelos 5G mais baratos em 2023 porque os fabricantes estão investindo em modelos mais em conta para gerar volume, mas não vamos ver quedas como as do ano passado, de 30% no valor médio – afirma Rui. (*O repórter viajou a convite da Samsung)

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