A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) concedeu, em reunião extraordinária na última sexta-feira (27), o título de doutora honoris causa à professora, dramaturga e poetisa Lourdes Ramalho. Radicada em Campina Grande, ela morreu em setembro do ano passado, aos 99 anos.
Presidida pelo reitor Rangel Junior, a solenidade aconteceu no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) e contou com a presença do secretário de Educação da Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG), Rodolfo Gaudêncio.
A escritora foi representada na cerimônia pelo filho, George Suetônio Ramalho, que recebeu a honraria das mãos do reitor. Além disso, foi entregue um troféu da UEPB à neta de Lourdes, Luana Ramalho, como mais uma reverência ao brilhantismo da autora.
“Ela impactou a cena teatral e o mercado da arte. Louvada pela crítica além-mar, a natureza dos seus temas forma relações dinâmicas que se renovam. Tal qual o poeta louco de sua peça ‘Guiomar’, a obra de Lourdes traz novas maneiras de ver o mundo, arranjos sociais e culturais, outras possibilidades”, destacou Diógenes Maciel, autor do discurso em homenagem a Lourdes Ramalho.
O diretor espanhol Moncho Rodriguez elogiou a homenagem realizada pela UEPB. “Lourdes é a grande dramaturga do Brasil. E a partir de agora vou chamá-la de doutora Lourdes. É sobremodo merecido à arte dela, à mulher de coragem que revelou a gente do Nordeste em histórias fabulosas. Dizem se tratar de imaginários de Lorca. Não, não são imaginários de Lorca, são imaginários de Lourdes, daquela que trouxe à luz estéticas nordestinas que se transformaram em teatro universal”, frisou.
Autora de uma extensa obra para o teatro, Lourdes Ramalho conquistou muitos prêmios com seus trabalhos, além de homenagens e indicações, dentro e fora do Brasil. As peças da autora de maior sucesso são “Fogo Fátuo” (1974), “As Velhas” (1975) e “A Feira” (1976). Lourdes Ramalho também enveredou na produção de livros infantis e era, como pesquisadora, uma das referências mundiais da obra do escritor espanhol Federico García Lorca.