Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão preocupados com as repercussões da declaração do ministro Luís Roberto Barroso sobre a necessidade de “derrotar o bolsonarismo”. Embora evitem condená-lo publicamente, alguns ministros têm expressado reservadamente sua preocupação com as declarações, considerando-as inoportunas e capazes de agravar a desconfiança da sociedade em relação ao papel do STF. A postura de Barroso tem reforçado a percepção de ativismo judicial e alimentado críticas de que o tribunal está invadindo a esfera política,
aponta reportagem do jornal Estado de S. Paulo.Até mesmo ex-ministros do STF, como Marco Aurélio Mello, compartilham dessa preocupação. Para Mello, a Corte não deve assumir o papel de determinar vitórias ou derrotas eleitorais, destacando que o STF é a última salvaguarda da cidadania. Cristiano Zanin, futuro ministro do STF, não se manifestou publicamente sobre as declarações de Barroso, preferindo aguardar sua posse para se envolver em polêmicas.
Consciente da repercussão negativa de suas palavras, Barroso emitiu uma nota em que esclarece que sua declaração sobre “derrotar o bolsonarismo” se referia ao extremismo violento e golpista manifestado em determinado momento, e não aos eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, a declaração não conseguiu aplacar as críticas, especialmente entre apoiadores de Bolsonaro. O senador Hamilton Mourão e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, repreenderam Barroso, classificando suas palavras como inadequadas e inoportunas.
Fonte: wscom.com.br