Há uma semana na Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já enfrenta desgastes na economia e com a ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil).Nesses primeiros dias do terceiro governo Lula, ministros recém-empossados divergiram publicamente quanto à condução de políticas públicas, especialmente na economia e quanto a reformas.
Na terça-feira (3), em discurso, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, disse que o governo precisa discutir o que ele classificou como “antirreforma da Previdência”, em referência às mudanças do sistema previdenciário realizadas em 2019, no governo de Jair Bolsonaro (PL).
Ele chegou a citar a formação de uma comissão com sindicatos dos trabalhadores, os sindicatos patronais, dos aposentados e com o governo para debater mudanças no modelo de aposentadoria do país.
No mesmo dia, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, se posicionou a favor de mexer em trechos da reforma trabalhista promovida no governo de Michel Temer (MDB).
Um dia depois, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, desautorizou Lupi e negou que o governo Lula esteja estudando rever a reforma da Previdência. Ele indicou que também não deve haver uma revisão maior em outras áreas, ao menos no momento
Não há nenhuma proposta sendo analisada, pensada, neste momento para revisão de reforma, seja previdenciária ou outra. Nesse momento temos nada sendo elaborado. […] Vai passar pela Casa Civil e é evidente que quem teve mais de 60 milhões de votos é quem decide […] Todo mundo tem o direito a opinião, mas neste momento não há nenhuma proposta de reforma da Previdência ou coisa semelhante sendo elaborada”, declarou.
No final de novembro do ano passado, o então vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), disse que “não há reformas a serem desfeitas”.
Outro ponto de desgaste foi na edição de uma Medida Provisória que retirava a regulação do saneamento da Agência Nacional de Águas (ANA). mercado financeiro entendeu que a medida poderia alterar o marco do saneamento básico, sancionado em 2020 pelo governo Bolsonaro. A possibilidade foi vista como um problema, já que a área recebe muitos investimentos da iniciativa privada.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, então falou em um “engano” na redação do texto e em corrigir o que foi publicado, além de que o marco do saneamento não deve ser revogado.
Nesses primeiros dias, no campo econômico, houve ainda a decisão de prorrogar a desoneração de tributos federais sobre combustíveis. As alíquotas de PIS/Pasep e Cofins incidentes sobre óleo diesel, biodiesel e gás liquefeito de petróleo ficam reduzidas a zero até 31 de dezembro
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