No segundo dia da agenda internacional na Argentina, nesta terça-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontra com diversas autoridades e chefes de Estado. Entre eles, Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, e Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba.
O mandatário brasileiro participa da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), um dos principais blocos de debates políticos da região, formado por 33 países.
Essa é uma das primeiras ações para reposicionamento das relações exteriores do país, o que foi constantemente pontuado na campanha eleitoral do petista, marcando também a volta do Brasil ao encontro. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) havia suspendido a participação brasileira em janeiro de 2020.
A agenda de Lula inclui um almoço com Alberto Fernández, presidente da Argentina; uma audiência com o diretor-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Qu Dongyu; e encontro com a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley.
Na quarta-feira (25), o chefe de Estado brasileiro deve ir ao Uruguai, onde encontrará o presidente Luis Alberto Lacalle Pou.
No mês que vem, no dia 9 de fevereiro. está prevista a ida do petista aos Estados Unidos, onde tem agenda com Joe Biden prevista para o dia seguinte.
“Desculpas” por Bolsonaro e moeda comum
O primeiro dia da agenda de Lula na Argentina, nesta segunda-feira (23), teve reunião com Fernández e discussão de acordos entre os países. Uma das resoluções tratadas foi o destravamento da venda de 156 blindados brasileiros ao país vizinho, que estava parada durante o governo anterior.
Em pronunciamento para a imprensa, o petista “pediu desculpas por todas as grosserias do último presidente brasileiro”, chamando-o de “genocida por conta da falta de cuidado na pandemia –e por todas as ofensas que ele fez contra Fernández”.
“A relação do Brasil com a Argentina será a melhor entre todos os países da América do Sul“, complementou Lula.
Na área da economia, ele confirmou que são discutidas propostas para criação de uma moeda comum entre as nações.
“O que nós estamos tentando trabalhar agora é que nossos ministros da Fazenda, cada um com sua equipe econômica, possa nos fazer uma proposta de comércio exterior e de transações entre os dois países, que seja feito numa moeda comum a ser construída com muito debate, muitas reuniões. Isso é o que vai acontecer”, explicou.
Outro ponto ressaltado no discurso foi a disponibilidade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ajudar com projetos como o gasoduto que levará gás da Argentina até outros países, como o Brasil.
Reunião com Maduro cancelada
Estava previsto para que Lula se encontrasse com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Porém, a reunião foi cancelada pelo governo de Caracas. A informação é de Tainá Falcão, repórter da CNN.
Lula afirmou nesta segunda que o “problema” da Venezuela será resolvido com diálogo e que o país será tratado normalmente.
*com informações de Lucas Schroeder, da CNN